POR QUE NÃO SE DECORA MAIS O CATECISMO?

    O objetivo da catequese é chamar o cristão a viver profundamente sua fé. Será que atingimos esse objetivo obrigando as crianças a decorar frases prontas? Não é hora de a catequese falar na língua dos catequizandos?
    O “catecismo”, ou resumo da doutrina cristã, é um livro pequeno, barato e acessível, redigido em forma de perguntas e respostas sobre os  principais pontos da fé. Foi muito usado na igreja até alguns anos atrás, quando o concílio Vaticano II (1962-1965) provocou uma mudança na maneira de pensar da igreja.
    Naquela época, o papel do catequista era fazer o catequizando decorar o catecismo. Diante da pergunta: “quem é Deus?”, O catequizando devia estar preparado para responder. “Deus é um espírito perfeitíssimo e eterno, criador do céu e da terra”. Mesmo que não soubesse o que é um “espírito perfeitíssimo”...
    Nem sempre o catequizando entendia o que decorava. Não ligava sua própria vida com a verdade que repetia. O catecismo de perguntas e respostas era como “comida de doente”, nutritiva, mas sem sabor...
    A catequese não usava a linguagem do dia-a-dia para falar das coisas da fé. Usava termos abstratos, próprios da teologia dogmática, só conhecidos dos teólogos e dos entendidos. Não era a linguagem da vida, que as pessoas aprendem a usar desde que nascem.
    Não adianta obrigar o catequizando a decorar palavras bonitas que não mexem com sua vida. É muito importante usar uma linguagem saborosa, para revelar a beleza do projeto de Jesus e despertar a vontade de vivê-lo.
    Antigamente, o catecismo de perguntas e respostas era o único recurso dos catequistas. Hoje, contamos com muitos recursos mais adequados às nossas necessidades. Por que continuar com um método que não serve para o presente? A catequese de hoje prefere usar a  linguagem da vida cotidiana, assim como Jesus fez em sua época. Será que Jesus não foi o maior catequista?

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